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Autor do projeto, Lafayette Andrada diz que o projeto vai uniformizar o quadro de servidores da Secretaria da Fazenda |
Os mais beneficiados serão os 1.250 técnicos, carreira de nível médio que hoje é remunerada entre R$ 850 e R$ 3,4 mil, de acordo com a classificação e carga horária. Na nova carreira, os contracheques deles poderão chegar a R$ 5,2 mil. Em relação aos 251 analistas, o vencimento deles já é compatível com a nova carreira, pois eles são de nível superior. O diretor do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual (Sindifisco), Wertson Brasil de Souza, diz que apoia a valorização de todas as categorias, mas desde que seja feita de forma legal.
“Em ano eleitoral, os deputados estão querendo ganhar votos e iludir os servidores”, afirmou o sindicalista, para o qual a medida é inconstitucional. A direção do Sindifisco alerta que a aprovação do projeto de lei poderá culminar no mesmo destino da Lei Complementar 100/07, declarada inconstitucional pelo Supremo e que representará a demissão de pelo menos 57 mil pessoas, caso elas não passem em concurso público no prazo de um ano. Os sindicalistas já tiveram encontro com o então governador Antonio Anastasia (PSDB) e com vários deputados estaduais na tentativa de convencê-los da irregularidade no projeto de lei, que está parado na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia.
Além disso, segundo o Sindifisco, muitos dos beneficiados pelo projeto de lei nem fizeram concurso público para entrar no estado. Eles fazem parte dos chamados “função pública”, servidores que eram empregados no regime da CLT e passaram a ter os mesmos direitos dos efetivos por uma lei aprovada em 1990, dois anos depois das promulgação da Constituição Federal, quando passou a ser exigida seleção para preenchimento de cargos públicos. Já tramita no STF uma ação em que a Procuradoria Geral da República (PGR) questiona a legislação que deu a eles essa condição.
Em carta aberta ao governador Alberto Pinto Coelho (PP), aos deputados estaduais e à sociedade em geral, o Sindifisco diz que “posiciona-se, firmemente, contra mais uma tentativa enviesada de invasão de atribuições e competências” e avisa que, caso a lei seja aprovada, adotará medidas judiciais para impedir que ela vigore.
Experiência
Entenda o caso
Há hoje quatro carreiras na Secretaria da Fazenda de Minas:
Auditor da Receita Estadual: é o fiscal de renda, fiscaliza empresas contribuintes do ICMS, IPVA e ITCD. Tem salário inicial de cerca de R$ 17 mil
R$ 2,3 mil e R$ 3,7 mil
As duas primeiras são de nível superior e integram a Subsecretaria da Receita Estadual. As demais são de nível médio (técnicos) ou superior (analista) e fazem parte da Subsecretaria do Tesouro Estadual.
Fonte: Lei 16.190/06 Via Jornal Jornal Estado de Minas.
Comentários:
O que não dá para entender é como o governo que não quis dar os mesmos direitos aos ATF, negando a promoção da categoria a Auditor Fiscal como fez com os demais do quadro (AFTE e FTE), agora vem com esse projeto. Se podem fazer isso, também podem dar aos atuais "gestores" (nome que não agrada boa parte desses servidores) os mesmos direitos dados aos colegas ditos fiscais, como fizeram outros Estados da Federação, sendo que muitas das atribuições hoje dadas aos auditores eram de competência dos antigos ATF que falavam em processos de arrolamentos, aplicavam multas por omissão de recolhimento, fazia cálculos diversos, inclusive de IPVA, etc. De repente, o governo entendeu que isso seria exclusividade dos "fiscais", digo auditores.
Por outro lado, o trânsito de mercadoria pelas estradas e vias públicas hoje não tem mais fiscalização, o que, com certeza, favorece o comércio sem nota fiscal e sem recolhimento de impostos em Minas Gerais.
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